A vida é injusta? SIM
Já não basta a minha ter morrido, muito antes do normal numa sociedade do século XXI, como ainda tenho que ter mais uma série de infortúnios dadas as burocracias desencadeadas pela minha menoridade à data do acontecimento.
O ano passado foi um ano mau: a minha mãe morreu, foi o pior; mas tive mais alguns problemas no fim do ano, que tenderam a alastrar para 2010 e parece que só crescem, tipo ervas daninhas. Problemas com os amigos, problemas na escola. Parece que toda a gente tira o tempo para implicar comigo e descarregar em mim. Por outro lado, parece que sempre que tenho uma oportunidade de me divertir, tudo de mau acontece. Ficar a antibiótico, jantares de família, burocracias ...
Depois de um ano devastador, acho que merecia a oportunidade de ter uns dias relaxantes em Pas de La Casa, na viagem à neve da minha escola (uma semana antes do sétimo aniversário da morte do meu pai, data que, geralmente, assombra o meu Carnaval). Tudo bem, tudo encaminhado, consegui pagar a viagem, já estava a pensar na compra do material, já tinha pensado nas minhas companheiras de quarto, pois senão quando me avisam que era necessário uma autorização de saída de menores do territorio nacional, cujas assinaturas dos tutores legais têm que ser validadas por um notário. Já tratei deste documento pelo menos duas vezes, mais uma não me traria problemas, existe apenas uma pequena diferença: das outras vezes eu tinha um tutor, a minha mãe, neste momento eu não tenho tutela atribuída. Oficialmente, ninguém é responsável por mim e ninguém tem o direito de me autorizar a sair do país, nem que seja para a viagem de fianlistas da escola que frequentei nos últimos oito anos (e a qual como devem calcular, não se repetirá).
Mas o nosso país é um mar de burocracias, o excesso de zelo pelos menores sufoca-os e impede-os de viverem uma vida normal, quer tanto protegê-los que acaba por deixar-nos desprotegidos, desacarinhados e isolados, impedindo-nos de viver como qualquer outro jovem na sociedade.
Mais curioso ainda, em caso de herança o menor só pode moviementá-la após os dezoito anos, estando a gestão entregue ao tutor. Imagine-se que o menor se encontra numa situação de grave carência económica e possui um palacete no Restelo, porém terá que passar fome mais uns meses até que oo requerimentoentregue pelo tutor para efectuar a venda chega a um juiz e mais uns anos para que o processo avance, o caso seja estudado, sejam recolhidos todos os dados e, por fim, seja tomada uma decisão.
Isto é normal? Isto é justo?
Não terão estas crianças e jovens sofrido demais para estarem nesta situação? Será compreensível que em vez de os protegerem, os prejudiquem?
SE TEM PODER, FAÇA ALGUMA COISA